As férias

Ao fim de quase 7 anos e meio de trabalho, 24 horas por dia, 7 dias por semana, cuidando de senhoras idosas, todas com demência ou Alzheimer, fnalmente chegou o dia 1 de Maio de 2021 e minha irmã vai cuidar Maio e Junho da nossa mãe. Lá fomos todos para Cacia, almoçar na casa do meu querido Tio Manuel que nos aguardava com muito amor e carinho, de coração cheio e almocinho na mesa - chanfana e rojões. 

18 dias se passaram e sinto uma tranquilidade, paz, calma imensas... finalmente férias - em casa!

Tenho aproveitado para saborear a vida só com a  com a gata Micas, minha fiel companheira de vida e cama, desde Maio de 2014.

Quantas noites dormidas no sofá, depois já no quarto, aqui, até algumas vezes no chão...

O que importa mesmo é sentir a paz, o amor no coração, alguma comida na mesa (acho que até já como menos...)e a nossa presença de muita complicidade e amor.

Li algures que para aprender a amar é preciso amar um gato! É sim!...

O gato pede festas, comida, água e caixote limpo, respeitando o tempo dele. Fica enquanto precisa disso tudo, depois retira-se e limpa-se todo, lambendo-se! Não fica quando já não quer mais mimo. O gato é um animal independente.Ama e dá mimo, se estimado, claro, e depois vai dormir de barriga cheia de miminho...

E aqui estou eu, decorridos tantos anos sem um dia livre, na paz da minha casa, na companhia das minhas músicas anti stress, saboreando o tempo, sentindo o escorrer dos minutos, como contas de um rosário, em oração.

Agora voltando à escrita, um dos meus passatempos, sempre corrida e sem floreados, porque eu gosto de ir direta aos assuntos.

As férias têm sido de real descanso, sem preocupações, problemas, stress, e também sem fonte de rendimentos...Vale-me a minha almofada financeira conseguida através de uma pequena engenharia financeira (termo vip, para desconstruir património, no caso) e posso, com alguma inteligência , passar algum tempo fazendo só o que gosto...

ISTO SIM É FÉRIAS...

sem pressas. levantando e deitando sem preocupações de horários...

Ouvindo a chuva ou admirando o sol. Um passeio até ao parque da cidade para ser feliz a observar a natureza e os patos...Falando com alguém que tenha a mesma paixão pelos patos...e que lá ande!

De tarde o habitual telefonema ao querido Tio Manuel, que já mantenho há um ano, todos os dias... senão nem falava...Hoje em dia, com as nossas emoções mais clarificadas, a conversa é amena, às vezes cheia de humor e loucuras das nossas juventudes, separadas por 22 anos.

É preciso pouco para ser feliz - basta viver em paz, coração cheio de amor (por mim e pela gata) e para dar a quem precisa...

Isaura